08/10/2009

Palestra do companheiro Manuel Morais


Mantendo-se, segundo começou por dizer, “a leste do dicionário” , o Companheiro Manuel Morais fez-nos uma curiosa recensão de termos, palavras e expressões de que o falar das gentes humildes, o falar do povo chão, ao longo dos anos, lhe deu nota, que registou e hoje não vê serem comummente usados mesmo no linguajar das gentes mais simples. “Aquetou-se” no fim depois de nos dar conta da “chieira” e muita “prosa” de moças que conheceu, de que hoje já se não “merca”, só se compra, que há um “ror” de palavras e de formas de dizer que enumerou e que o falar comum hoje ignora, razão por que na sua loja já ninguém procura por “ingonços” que as portas ainda não dispensam, mas que com os mesmos apretrechos de mais civilizados nomes se vão “aquelando”, que há muita gente a quem falta “presigo” e muito mais. E, depois de muito “esquadrunhar” nas suas memórias do falar antigo da gente do povo que lhe frequentava a loja e de nos ler um “ror” de quadras que compusera, acabou dizendo, por hoje “bonda”.
Não sendo lugar nem havendo espaço para dar conta do imenso rol de palavras e expressões caídas em desuso ou pouco usadas no falar comum das nossas gentes de que nos deu conta o Companheiro Manuel Morais, registe-se a primeira das quadras com que nos brindou:
“Dou volta à imaginação
Até entro em parafuso
“p'ra mô de” fazer meus versos
De palavras em desuso”Aberto debate sobre o objecto da palestra do Companheiro Manuel Morais, intervieram o António Pedro, filho do Comp.º Antònio Estrada, o Comp.º Luis Barbosa e a Sra Dra Maria do Céu Estrada que, para além de sucintos comentários ao que tinham acabado de escutar, nos deram nota de outras palavras e expressões em desuso ou pouco usadas.

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